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Pelo mundo

terça-feira, 7 de abril de 2009

Romeu e Julieta (em prosa e versos) - Ato IV: O Julgamento

— Teobaldo está morto! Assassinado por Romeu!
Julieta senta-se e tenta ordenar as notícias em sua mente.
Deus! A mão de Romeu derramou o sangue do meu primo?!
Derramou! Derramou! Oh, que dia! Derramou!!!
Julieta cai em prantos.
— Não. Não pode ser! Não Romeu, ter uma atitude tão cruel!!!
— Mas foi! Foi cruel! Matou-o!!!
— Oh, coração serpente, mascarado com feições de uma flor! Monstro atraente! Angélico demônio! — amaldiçoa-lhe a esposa sem pensar. — Substância desprezível de aparência mais que divina, justamente o oposto que mostravas ser! Oh, Romeu, por quê?
— Porque nos homens não há fé, não há confiança e nenhuma honestidade! CAIA O OPRÓBRIO SOBRE ROMEU!!!
Julieta até então, levada pelo sentimento de parentesco, o estava ofendendo, porém ao ouvir a maldição proferida por sua ama, seu coração deu um salto e temerosa, criticou-a severamente.
— Que dizes?! Que tua língua de pústulas se cubra, por haveres formulado tal voto! Para o opróbrio não nasceu ele! Sobre sua fronte o opróbrio se envergonha de sentar-se, pois é trono onde pode ser coroada a honra! Oh, fui autêntico animal, por falar dele daquela forma!
Elogiais quem matou vosso parente?! — espanta-se a ama.
— Poderei falar mal de meu marido? — redargüiu a menina. — Ah, meu pobre senhor... — Julieta volta a chorar. — Que língua pode teu nome acariciar, se eu, há três horas apenas, tua esposa, o mutilei? Mas por que deste a morte, miserável, a meu primo? É que o primo miserável teria dado a morte miserável a meu marido. Teobaldo sempre o odiou, por uma herança de desavenças e guerra, deixada por nossos antepassados. Ouso dizer que, além disso, teria inveja de sua beleza, pois em meu amor, o seu rosto é revestido de candura celestial! Voltai lágrimas tolas, para vossa fonte de origem. Vivo está meu esposo que meu vil primo, tencionava matar! Isto que importa e nada mais!
A ama ficou perplexa com o tamanho amor que Julieta devotava-lhe e não conseguiu dizer mais nada contra ele.
— Meus pais, ama, onde estão?
— Foram ao palácio da justiça, reinvidicar a condenação de Romeu à morte! Neste momento, o príncipe está julgando o caso.
Ai de mim! Ama vá até lá e veja o que se passa e traze-me notícias, enquanto aqui permaneço a rezar, para que Romeu possa a misericórdia do príncipe alcançar.
A ama obedeceu.
Na frente do palácio, estava um verdadeiro caos de injúrias e acusações. As duas famílias defendiam seus pontos de vista, gerando até choque entre as partes.
— Pela milésima vez, vou perguntar-vos: quem começou esta querela?
Romeu! — mente um Capuleto.
Mentira! Foi Teobaldo! — gritava Benvólio, defendendo o primo.
—É verdade, alteza! Teobaldo, quando viu Romeu, começou a provocá-lo e meu amo Mercuccio, por ver que o amigo não reagia, tomou-lhe as dores e partiu pro combate! — fala o pajem de Mercuccio. — Eu vi tudo!
—Romeu lhe falou em termos brandos, pedira-lhe que não levasse aquilo adiante, que se tornassem amigos, quando o infame cuspiu-lhe no rosto! — fala Benvólio.
— E foi nessa hora que meu amo Mercuccio sacou da espada e enfrentou Teobaldo — confirma o pajem.
MENTIRA!!! — berra Bettina Capuleto defendendo o sobrinho. — Estão passando uma imagem falsa!
Os Capuletos bateram-se outra vez com os Montecchios e Escalo precisou mandar os guardas apartá-los.
— Príncipe, no chão corre o sangue de meu parente e se justo fores, Romeu matou Teobaldo, por isso, morrer deve! — desafia-lhe a mãe de Julieta.
QUE ANTES MATARA MERCUCCIO E INFRINGIRA A LEI!!!! — retruca-lhe o príncipe altivo. — Perdi, pela imprudência de vosso violento sobrinho, um parente muito estimado, alguém há de pagar pelo preço desta vida cara!
— Não Romeu, alteza! — interveio o pai de Romeu em sua defesa. — Ele era amigo de Mercuccio e só fez dar o castigo, que a própria lei impunha!
Mas que por ousar fazer justiça com suas próprias mãos, não ficará impune! — fala o príncipe. — Não vou condená-lo à morte, mas será banido de Verona! Que ele parta, sob pena-de-morte, de onde quer que esteja e não porá mais os pés nesta cidade, e o réu será enforcado se por aqui, após o amanhecer, for encontrado! Estão dispensados!
Bettina e os Capuletos ainda tentaram contestar-lhe a decisão, contudo, o príncipe de Verona estava irredutível e entrou no seu palácio.
continua...

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