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Pelo mundo

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Hamlet, príncipe da Dinamarca

Apresento-lhes Hamlet, de William Shakespeare. A última "casquinha" das histórias...
Ilustração: Jean Dagnan Bouveret
Fazia um frio sombrio e gélido, pela esplanada do castelo de Elsinor. Francisco estava de sentinela e sentia um calafrio perturbador por todo corpo.

"Será verdade que por aqui está perambulando, sem ainda conhecer o caminho da luz, o espírito sofredor de nosso finado rei? Pela Santa Cruz! Se este espírito realmente existir, creio que, de pavor, morrerei..." — pensava o guarda preocupado.

Uma voz indagante cortou o silêncio.

— Quem está aí?

AI, MEU DEUS!!!!! É ELE!!!! Piedade de minha alma, Senhor! — tremeu o homem deixando cair a lança, mas armando-se o mais depressa possível e apontando a arma ameaçadora, ou pelo menos, julgava que intimidava quem fosse, apesar de sua mão tremer de modo perceptível e inegável.

— Calma homem! Sou eu?

— Eu quem? Responda-me, pare e diga seu nome!

— Por Deus Francisco!— riu o homem.— Não sou a assustadora aparição sou de carne e osso! Viva o Rei!

— A senha! És tu Bernardo?

— Ele mesmo!

— Graças aos Céus! Vindes exatamente na vossa hora!

— Meia noite, Francisco, vai deitar-te.

— Agora mesmo! Não tenho o menor apreço por fantasmas! Muito grato vos sou por me renderdes. Que frio! Chega a doer-me o coração!

— Nem eu, amigo! Mas precisamos descobrir o que está havendo aqui! Foi calma a guarda?

— Não buliu nem rato!

— Então, boa noite. Se vires por aí Marcelo e Horácio, dize-lhes que se apressem; estão ambos escalados comigo.


quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Pigmalião


Como prometido, a "casquinha" de Pigmalião
Ilustração: Jean-Léon Gérôme
Existia em Pafos um escultor solitário que vivia apenas para as suas obras. Isolado agora e com poucos amigos, depois de fazer suas orações no Templo de Afrodite, a quem sempre prestara culto, raramente saía de sua casa a não ser a trabalho. Vez ou outra, seu amigo Orestes ia visitá-lo.

O motivo de sua vida solitária, dava-se ao fato de ter sido traído pelas mulheres que passaram por sua vida e a última, a quem julgava ser seu grande amor, fez-lhe a mesma afronta.

Depois de tamanha decepção, ele perdera a confiança nas mulheres. Seu amigo tentava tirar-lhe daquela vida apenas de trabalho.

— Oh, Pigmalião, meu amigo! Não sei como consegues viver assim, apenas para o teu trabalho e nesta solidão?Precisas de uma companheira!

— Cuido-me muito bem assim, da forma que vivo. Não preciso de mulher alguma para cuidar de mim.

— Pelos deuses! Só por causa da decepção que Eurínome causou-te?! Nem todas são assim!

— Correção, amigo Orestes: todas são assim. Todas sempre me decepcionaram. Me desejavam, apenas, por ser conceituado escultor e para oferecer-lhes uma vida de luxo e regrada. Mas enquanto trabalhava arduamente em minha oficina, levavam para o meu leito, amantes mais jovens e divertiam-se às minhas custas!

—Pena sinto de ti. Pois cada dia que te vejo, estás cada vez mais amargurado! Não permitas que o passado, destrua a tua vida, Pigmalião... Saia mais! Divirta-se!

— Grato por tão solícita preocupação, amigo Orestes. mas estou bem...

— Fique com os deuses, meu amigo. Outro dia virei ver-te!

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Romeu e Julieta (em prosa e versos)


Apenas uma pequena
"casquinha" da história...
Ilustração: Arthur Rackham
Vinham caminhando a prosear, pela estradinha florida que, da plantação levava à capela de São Francisco das Chagas, o sábio franciscano Frei Lourenço e o jovem Romeu, da importante família dos Montécchios. O religioso, com os conhecimentos adquiridos na ordem de seus irmãos franciscanos, plantara uma pequena horta, onde cultivava flores e ramos raros. Ervas que curavam e que usava para ajudar os pobres e mais necessitados do Senhor.
Há muito estes dois homens eram amigos. Frei Lourenço foi seu catequista, professor e agora, confessor do jovem. Sem muitos amigos - porque seus parentes e chegados achavam que Romeu era pacífico demais e indiferente ao conflito com os Capuleto - o rapaz apegou-se ao velho frade, com tal presteza filial, que tudo ao bom religioso contava, sem nada ocultar.
— Não creio ainda, bom e santo homem, que com vossos conhecimentos e ervas de tanto valor, tenha por piedade encontrado, entre vossas raras flores, alívio para minha dor... — comentava o rapaz amargurado.
— Sofreis do quê, caro pupilo? Ainda a sofrer de amor? Para isto não há remédio, a menos que encontres outro amor!
— Outra musa ainda não achei e temo jamais encontrar. Que fazer Frei Lourenço, se à Rosalina resolvi amar?
— Tolices, bom rapaz! És jovem ainda e com descobertas a desfrutar! Moças bem faceiras e até mais belas do que ela, passeiam de lá pra cá pelas ruas de Verona e sem ninguém pra acompanhar! Esqueças esta Capuleto, que o desprezas por tua família e nega-se de ti gostar!

Amanhã vou postar um pedacinho de Pigmalião e no dia seguinte, um pouco de Hamlet. Espero que ajude na escolha de vocês ^^'