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Pelo mundo

domingo, 23 de novembro de 2008

Romeu e Julieta (em prosa e versos)-primeiro Ato "Em busca do verdadeiro amor"-1

foto: balcão de Julieta-Verona
Adaptação: Paula Dunguel

Vinham caminhando a prosear, pela estradinha florida que, da plantação levava à capela de São Francisco das Chagas, no convento de São Pedro, o sábio franciscano Frei Lourenço e o jovem Romeu, da importante família dos Montecchios.
O religioso, com os conhecimentos adquiridos na ordem de seus irmãos franciscanos, plantara uma pequena horta, onde cultivava flores e ramos raros. Ervas que curavam e que usava para ajudar os pobres e mais necessitados do Senhor.
Há muito estes dois homens eram amigos. Frei Lourenço foi seu catequista, professor e agora, confessor do jovem.
Sem muitos amigos — porque seus parentes e chegados achavam que Romeu era pacífico demais e indiferente ao conflito com os Capuleto — o rapaz apegou-se ao velho frade, com tal presteza filial, que tudo ao bom religioso contava, sem nada ocultar.
— Não creio ainda, bom e santo homem, que com vossos conhecimentos e ervas de tanto valor, tenha por piedade encontrado, entre vossas raras flores, alívio para minha dor... — comentava o rapaz amargurado.
— Sofreis do quê, caro pupilo? Ainda a sofrer de amor? Para isto não há remédio, a menos que encontres outro amor!
— Outra musa ainda não achei e temo jamais encontrar. Que fazer Frei Lourenço, se à Rosalina resolvi amar?
— Tolices, bom rapaz! És jovem ainda e com descobertas a desfrutar! Moças bem faceiras e até mais belas do que ela, passeiam de lá pra cá pelas ruas de Verona e sem ninguém para cortejar! Esqueças esta Capuleto, que o desprezas por tua família e nega-se de ti gostar!
— Falais de tal modo, por ser a jovem minha inimiga — comenta Romeu. — Até pareces meus parentes, que acham que sou louco e por motivo de tantas brigas, entre Montecchios e Capuletos, incutiram que não pode existir o amor na história das famílias. Não esperava santo frade, que tão preconceituoso assim o fosses!
Alto lá! Romeu amigo! Preconceituoso, por graça de Deus, não o sou! Se Rosalina o amasses, minha benção de ti seria, mas a jovem não vos ama, por isso, esquecei-vos de Rosalina!
— E se por ventura a donzela me amasse, terias a coragem de casar-nos? Ou por sermos de famílias inimigas, irias também separar-nos?
— Até parece que me apresentas um desafio? Pois bem, meu caro jovem... — disse o frade sem perder o brio. —Se embora inimigos, tu e ela, enfim se amassem, não hesitaria em casar-vos. Talvez até fosse bom... depois de tantos anos de briga, as lutas terminariam afinal, através dos laços do santo amor conjugal!
— Este sonho também almejo e do fundo de minha alma, este é todo o meu desejo.
Nessa hora, quando chegaram à capela, os dois homens ouviram gritaria na cidade, logo, Romeu percebera que os nomes Montecchio e Capuleto, por muitos eram gritados e amaldiçoados. Outra briga insana desenrolava-se pelas ruas de Verona.
Oh, não! De novo não! — fala Romeu revoltado.
Por São Francisco! Outra briga civil?!
Amaldiçoado sangue! Eles têm que parar!
Romeu corta o jardim da capela, pega o seu cavalo e afoito, se põe a galopar de volta à sua cidade.
Oh, Romeu! Cuidado filho! — grita o frade preocupado.
Mas Romeu já ia longe e não mais ao alcance de sua voz.
— Que Deus o proteja e o faça controlar este vil ódio, que para a bela Verona, tornou-se verdadeiro opróbrio... — queixa-se Frei Lourenço entrando na capelinha.


continua...

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