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Pelo mundo

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Tudo por um Amor Imortal-Capítulo 1 (experiência de um roteiro)


(Templo de Afrodite: Afrodite vê Psique sendo aclamada como deusa da beleza, através de sua fonte mágica e fica furiosa com a blasfêmia envolvendo o seu nome).
— Oh, infâmia! Profanação! Como ousais, tolos mortais, acreditar que uma donzela tão mortal quanto vós, seja a minha encarnação? E tu, tola princesa, como tens a coragem de acreditar que sois tão bela quanto eu e permitir que vos aclamem?
(rosto de Psique nas águas da fonte)
Hás de me pagar por tal afronta e irás amaldiçoar o dia do teu nascimento.
(Jardim de Afrodite: Eros está do lado de fora, flutuando próximo à uma macieira mágica e comendo de seus frutos, quando Afrodite vem até ele para conjurá-lo).
— EROS!!! — grita a deusa enfurecida.
— (piadinha visual: Eros engasga-se com o susto) (glup!) Lá vem bronca!
(Eros vira-se e vê a mãe sobre uma nuvenzinha branca, com uma esfera de luz nas mãos).
— Vede, filho meu! Contemple a rival de vossa mãe!
— UAU! QUE GATA!!!
(piadinha visual: a deusa bate nele e Eros aparece com um baita galo na cabeça)
— Não fuja do roteiro! Amadores... — critica Afrodite.
* voltando à cena...
— Castiga, meu filho, esta audaciosa beleza; assegura à tua mãe, uma vingança tão doce quanto foram amargas as injúrias recebidas. Infunde no peito daquela altiva donzela uma paixão por algum ser baixo, indigno, de sorte que ela possa colher uma tão grande mortificação quanto o júbilo e o triunfo de agora. Como fizeste com Apolo e Daphne. — ri diabolicamente.
(piadinha visual: Eros sai pisando duro e reclamando)
— Tudo eu! Tudo eu!

(Quarto de Psique: Eros chega ao quarto de Psique. Já é noite alta e ela dorme serenamente. Eros se encanta mais ainda com a sua beleza pessoalmente).
— Não acredito que minha mãe me invocou para fazer tamanho mal à criatura tão bela! A donzela dorme como uma ninfa suave e cálida! Bom... mas ordens, são ordens e não posso desobedecê-las.
Eros tira de sua bolsa de couro, um ratinho do campo preso e um pequeno frasco. Frasco onde ele havia recolhido, um pouco das águas amargas da fonte da desventura dos jardins de Afrodite; líquido cristalino e brilhante, que ele derrama sobre os lábios da jovem adormecida. O tom do líquido é cor-de-cobre e, enquanto toca os lábios róseos da bela princesa, Eros profere algumas palavras mágicas.
— Gotas de amargura e desgosto... lábios até então, doces como o mel, tornem-se fel. Agora... o toque final...
Eros coloca o ratinho, de modo que ele seja a primeira coisa a ser vista por ela, assim que Psique abrir os olhos pela manhã. Deste modo, inevitavelmente ela iria se apaixonar pelo pequenino roedor e a vingança de Afrodite estaria concluída.
Mas... quando ele leva a mão à aljava, para retirar uma das flechas do amor e atingir-lhe o peito alvo, Psique ameaça acordar com o gosto estranho da solução em sua boca e o assusta, no que ele, descuidado, fere-se em uma das flechas encantadas.
— Ai! Minha mão! Não!!!
(Psique acorda ao ouvir o grito e o barulho de algo pesado caindo no chão. Eros esconde-se rápido).
— Héim!? O que foi isso? — pergunta meio sonolenta.
(Psique olha para o chão e vê o seu vaso de flor quebrado, um frasco pequeno com algumas gotas reluzentes, uma pluma branca como a neve e o ratinho debatendo-se desesperado dentro do cativeiro sobre a escrivaninha, à sua frente).
— Oh! Um ratinho do campo? Quem te prendeu assim pobrezinho? — exclama preocupada e o solta — Pronto, amiguinho... Estás livre! Volte ao campo, onde é o seu lugar.
(Eros aparece escondido).
“— Eu não posso olhá-la! Não posso...”— pensa desesperado, mas Eros não resiste e olha para ela. —“ Ai, não! O que eu fiz?!!”
(O coração dele dispara e se enche de desejo pela bela jovem).
— “ Por Zeus! Fui vítima de meu próprio sortilégio! Que infortúnio, oh deuses!...” — concluiu apaixonado.
Eros espera até que Psique adormeça novamente para conseguir partir, mas, enquanto isso, deleita-se com a visão tão adorada de sua paixão.
Ela demora um pouco, porém, antes do dia amanhecer, Psique adormece.
Eros parte e, desesperado, pensa em desfazer a maldição imposta de maneira tão cruel à sua amada.
(Templo de Afrodite: Eros conta à sua mãe, sobre sua inesperada paixão e a deusa fica possessa).
— O quê?! Como te atreves, filho meu? Como pudeste ser tão descuidado e apaixonar-te logo pela minha rival?
— Foi uma desventura, minha mãe e reconheço que provei do meu próprio veneno. Mas tenha piedade, bondosa Afrodite! Permita-me desfazer a maldição!
— Não! Que ela sofra pela beleza que possui. Não conseguiste fazer com que ela se apaixonasse pelo roedor, mas pelo menos, nenhum homem será capaz de amá-la e se tentar, a minha ira cairá sobre ele! Não poderia haver uma vingança melhor do que esta poderia? — comenta a deusa satisfeita — Ela ficará só para o resto da vida e jamais conhecerá o amor.
— Então... pelo menos aceite que eu a despose!
— Como?! Isso NUNCA!!! Tu és um deus e deuses não contraem núpcias com mortais!
— Não te importas que eu, teu filho, sofra? — fala Eros às lágrimas.
— Problema vosso! Quem mandou ser tão descuidado? Sofra! Pois minha permissão e benção sobre estas núpcias, não a terás! JAMAIS !!!!
(Afrodite sai e o deixa com seus pensamentos).
“— Se não queres abençoar-me, pouco importa... Eu vou desfazer a maldição e hei de casar-me com ela, com ou sem o teu consentimento...”.

E o tempo foi passando... as irmãs de Psique se casaram com dois príncipes poderosos e ela, nenhum pretendente. Os pais começaram a ficar preocupados, pois pretendentes surgiam tempos atrás, mas todos morreram de um modo inexplicável. Logo... espalhou-se a notícia de que a princesa Psique era amaldiçoada e ninguém mais queria desposá-la.
(Quarto de Psique: Psique amargurava a sua sorte e amaldiçoava a sua beleza, que continuava arrancando louvores, mas era incapaz de despertar o amor de um homem).
Agoniado por ver o sofrimento da amada, Eros começou a agir...
Disfarça-se o deus sob a forma de uma mendiga e bate à porta do castelo dos reis. E os reis, bondosos como eram, deram abrigo à pobre senhora e, durante a ceia, desabafaram sobre a filha solitária que vivia enclausurada em seu quarto.
— Por que não a levam ao oráculo, para saber o motivo de tanto sofrimento? Talvez os deuses possam ajudar! — sugeriu a mendiga.
— É mesmo! O oráculo dos deuses! Por que não pensei nisso antes? — reconheceu o rei.

E os monarcas seguiram o conselho da misteriosa velhinha que, assim como surgiu, desapareceu misteriosamente.

— O oráculo dos deuses diz: “A virgem não se destina a ser esposa de um amante mortal. Seu futuro marido a espera no alto da montanha dos ventos. É um monstro, a quem nem os deuses e nem os homens podem resistir”. — diz o sacerdote de Delfos.
— O quê?!! — assusta-se o rei.
— NÃO! — grita a rainha, agarrando-se à filha — Oh! Minha filha!!! Minha pobre filha! — lamenta-se amargamente.
— Esta é a vontade dos deuses. — encerrou o sacerdote de forma cruel.
— Por que me lamentais, queridos pais? — diz Psique conformada — Deveria antes ter sofrido, quando todos me chamavam “Afrodite”. Percebo agora, que sou vítima deste nome. Resigno-me e aceito o meu destino.

(No templo de Afrodite: Eros está enfurecido...)
— Por que fizeste isto, minha mãe? Como pudeste manipular o oráculo assim? Acreditando que sou um monstro, ela jamais irá me amar!
— Pensavas em trair-me, não é Eros? Querias passar por cima de mim. Logo eu... a deusa do amor? Aproveito o ensejo e faço-vos um desafio, já que acreditas ser mais esperto do que eu: se conseguires conquistá-la e ganhar-lhe a confiança, embora Psique acredite estar casada com um monstro — e tudo exijo que faças para que ela creia nisto — prometo abençoar vossas núpcias. Agora... se em algum momento, Psique duvidar de ti e de teu amor, e sentir medo, eu vos separarei para sempre.
— Ela vai me amar! Tenho certeza! — teima o deus.
— Pois bem! Está feito! Jure que irá separar-se dela se eu vencer! PROMETA!
— Eu prometo. E vou vencer. — promete Eros de modo impensado.
— Veremos. — duvida a deusa, confiante na vitória.

(Montanha dos ventos: Psique encontra-se à beira do grande precipício do monte, acabara de despedir-se de seus pais e agora, estava só e desolada. Lágrimas corriam de seus olhos. Por uns instantes, ela pensou em mergulhar no fundo do abismo para que, assim, não fosse obrigada a desposar o terrível monstro; só que faltou-lhe coragem).
— Não faças nada do que possas arrepender-se depois, senhora. — diz-lhe uma voz suave e doce.
— Zéfiro?! — assusta-se Psique.
— Por que choras, doce donzela? — pergunta-lhe o doce vento-oeste com um sorriso.
— Porque o meu coração está afogado em tristeza. Não sei como será quando...
— ...encontrar vosso marido? — Zéfiro complementa. — Pois vos digo: não temais. Confiai em vosso coração, e mui venturosa serás. Venha, bondosa menina. Eu vos levarei até ele.
Zéfiro faz Psique dormir e a leva suavemente até um prado verdejante e florido.
Quando ela desperta, vislumbra diante de seus olhos surpresos um imenso palácio todo feito de ouro e pedras preciosas.
— Parece o templo de algum deus. — comenta admirada.
— Este é vosso lar agora. — responde-lhe Zéfiro — Adeus, bela dama. Seja feliz.
O vento-oeste despede-se e parte suave pelos prados.
Psique aproxima-se cautelosa e tenta abrir a porta, mas antes de tocá-la, esta se abre lentamente, como se alguém já esperasse por ela. Perecia mágica.
Dentro do palácio, a riqueza não deixava a desejar em relação à parte externa.
E ela ficou mais encantada, quando percebeu que servos invisíveis arrumavam uma suntuosa mesa de jantar, com os pratos mais variados. Parecia um jantar dos deuses, como poderia se dizer atualmente.
— Bem-vinda, senhora. — saudou uma voz feminina que vinha do nada — Oh... não se assuste, alteza! Nem precisa temer-nos. Estamos aqui para oferecer-lhe nossos préstimos e fazer-lhe companhia até que chegue a noite escura.
Uma taça de vinho, dos mais suaves e saborosos, veio até Psique pousando docemente em sua mão. Depois, outras mãos misteriosas começaram a despi-la, como se fossem aias a cuidar de sua senhora.
— Vamos preparar-lhe um banho morno e relaxante! — riram as vozes juvenis.

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