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Pelo mundo

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Romeu e Julieta (em prosa e versos)-primeiro Ato "Em busca do verdadeiro amor"-2

pintura antiga da cidade de Verona
CONTINUAÇÃO...

Quando Romeu chega à cidade, o conflito já havia sido controlado pelo príncipe de Verona, a autoridade máxima. Atentamente, Romeu ouviu-lhe as últimas palavras.
Três lutas civis, nascidas de palavras fúteis, por tua causa, velho Capuleto e por ti, Montecchio, a paz de nossas ruas três vezes perturbaram. Os diletos e pacíficos cidadãos de Verona, nas mãos, lanças antigas brandam por causa do vosso ódio enferrujado! Se de novo vierdes a perturbar nossa cidade, pela quebrada paz dareis as vidas. Por agora, que todos se retirem. Vós, Capuleto, seguireis comigo e vós, Montecchio, à tarde ides à corte da justiça, para conhecimento tomardes do que resolvemos sobre o caso. Já! Sob pena de morte, dispersai-vos!
Romeu empalidecera.
O Senhor Montecchio indaga ao seu sobrinho Benvólio. Queria entender como ocorreu novamente um conflito.
— Quem reavivou esta querela antiga, Benvólio? Dize onde te achavas na hora?
— Muito antes de vir até aqui, já se encontravam engalfinhados vossos servos e os de vosso inimigo.
Ai! Cuidado! — chia Benvólio ao sentir a pressão do lenço da senhora Montecchio, tentando estancar-lhe o sangue do supercílio.
— Precisa estancar isso! Deixai de mesura!
Mesura?! Isso dói, tia Chiara!
— Prossiga... — ordena-lhe o velho Montecchio.
— Tentei apartá-los, mas nesta hora chegou o valente Teobaldo Capuleto e seus comparsas, espada em punho, soprando-me desafios sem conta e investiu contra mim. Fui obrigado a reagir, para não ser morto. Outros, de ambas as famílias, tomaram as dores e houve esta acirrada luta, provocando em nossa Verona, novos dissabores.
— Onde está Romeu? Sabes acaso? Alegra-me não vê-lo neste caso! — pergunta a mãe de Romeu, Dona Chiara Montecchio.
— Não, senhora. Nem sei onde ele se encontra...
— Mais perto do que imaginas, primo! — fala Romeu se aproximando. Semblante carregado e amargurado.
— Filho! Onde estiveste? — pergunta sua mãe.
Por que, meu pai? Por que isso outra vez?
— Não me venhas, Romeu, com sermões de moral. Não fomos responsáveis por este mal. Não começamos desta vez; foram os Capuletos que nos afrontaram primeiro.
— E quantas vezes, vós mesmo não os afrontastes?
— Se maculam a nossa honra, impunes não nos convém deixá-los!
Honra?! Onde está a honra nisto tudo? Chamais estes desatinos frívolos de honra?!
— Romeu, modere as palavras. Não fale assim com vosso pai! — repreende-lhe a mãe.
Não mãe! Não me calai! Não me calarei diante de tanta intemperança! Reparem nos olhos dos cidadãos de Verona! Só vejo ódio e antipatia por nossa casa e pela casa de Capuleto! Chamai isto de honra? Não, senhor Montecchio! Isto não é honra e sim, desonra!
Baixe este tom comigo, rapaz... — ameaça o pai. — Tua passividade, muito mal nos faz! Para defender a honra de nossa família, sempre foste um incapaz!
Como?! — irrita-se o jovem.
— Isso mesmo! Nosso passado provém de uma família poderosa, nobre e guerreira, não destes burgueses emergentes! Tu sim deverias envergonhar-te de, nem ao menos, saber segurar uma espada!
— Giuseppe, por favor, Não fale de Romeu com voz tão amargurada... — pede-lhe a esposa.
— Falo quantas vezes preciso for! Ele é e sempre será uma vergonha para a nossa família. Só sabe escrever poesias e falar de amor.
— Tu nunca me entendeste e jamais me entenderás! — fala Romeu decepcionado. — Eu acho muito mais cômodo, em vez de guerra, falar de amor e paz.
— Um maricas! Isto que sois! — retruca-lhe o senhor Montecchio.
Meu tio! Também não precisa falar deste modo com Romeu!
— Não me defendas, caro Benvólio. É perda de tempo! Muito bem... — Romeu bate as palmas. — cultivastes tanto a guerra e agora, colhemos um belo fruto! A pena de sentença de morte...
Deves estar muito orgulhoso por isso, senhor Montécchio! — fala o filho de forma irônica. — Deves considerar uma boa-sorte...
Seu pai, não aprovou-lhe a atitude e, sem Romeu esperar, mirou-lhe a face e deu-lhe um tapa.
Primo! — assusta-se Benvólio
Giusephe Montecchio! Que absurdo! — contesta a esposa revoltada. — Não deverias ter feito isso! Não aqui, na frente de todos! Romeu, meu filho...
Ser ignóbil!
Pára, Giusephe! — exclama a esposa.
Saia das minhas vistas, pois tão cedo não quero vê-lo! Vamos, minha senhora!
Ela reluta, por fim, obedece-lhe. Seria vergonha ainda maior ser arrastada para casa pelo marido. Enquanto via os pais se afastarem com os outros parentes rindo, Benvólio juntou-se a ele.
— Primo, estás bem?
— Tenho opresso e magoado o coração,
Oh, vergonhosa sina! Ser tratado por parente tão chegado, como um ser que ele tanto abomina! O ódio dá muito trabalho por aqui, como o amor! Não vais rir também como os outros?
— Não, Romeu! Chorar quero!
— Por quê?
— Por ver-lhe opresso o coração. Ainda Rosalina?
— Rosalina... sim. A bela, aquela que tem meu coração cativo!
— Um amor áspero e tirano! — comenta Benvólio. — ainda não soubes?
— Do quê?
— Rosalina fez-se freira. Descobriu que tem vocação religiosa.
— Eu não acredito! — desespera-se Romeu. — Estás mentindo para fazer-me esquecer o meu amor, por ser ela da casa inimiga!
Por Deus, primo Romeu! Claro que não! Entre nós jamais houve segredos e sempre dispus-me a trazer-vos notícias de vossa bela ninfa!
— Não pode ser... Ela não teria coragem de fazer isso!
— Conformai-vos, primo! É a Nosso Senhor que vossa bela ama! — fala-lhe Benvólio.
— Eis um rival bem injusto, pois com Ele nada posso! Mais forte do que eu, foi o escolhido! Creio ver de vez, meu amor perdido. Do amor é sempre assim a transgressão. As dores próprias pesavam-me no peito, mas agora, redobra-lhes o efeito! Então jurou que sempre há de ser casta?
— Jurou. A seta de Cupido não cogita bater nela. Sábia como Diana, a castidade é sua soberana. É o que todos dizem dela. Exaltam-lhe a escolha!
— Oh! É rica em beleza! Mais que bela, e a beleza, morrerá com ela! Adeus primo!
— Mais calma, irei também! Se me deixares, não procedeis bem!


continua...

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